27 de agosto de 2012

Que boas, as novelas do Plim Plim! (Parte 2)

Mulheres De Areia (1993)


Autoria: Ivani Ribeiro 
Colaboração: Solange Castro Neves 
Direção: Wolf Maya, Carlos Magalhães e Ignácio Coqueiro 
Direção geral: Wolf Maya 

Esta é a novela da Gloria Pires. A actriz desempenhou dois papéis fixos: as gémeas Ruth e Raquel; e dois papéis que ela interpretava quando convinha às personagens: a Ruth fazendo-se passar por Raquel e a Raquel fazendo-se passar pela Ruth.

Esta telenovela passou na Sic, em horário nobre, ao contrário do que aconteceu no Brasil. Lá foi a novela das seis.

Lembro-me perfeitamente de alguns momentos marcantes desta novela: a Raquel a destruir as mulheres de areia que Tonho da Lua (Marcos Frota) esculpia na praia; o encontro entre Ruth e Marcos (Guilherme Fontes) e como eles se apaixonaram; as vilanias de Raquel com todos os habitantes de Pontal d'Areia; o acidente das gémeas; o plano do Tonho da Lua ao colocar a aliança de casamento da Raquel no dedo da Ruth; o momento em que o Marcos revela que sempre soube que a Ruth se fazia passar pela irmã após o acidente; a morte da Raquel e o casamento da Ruth com o seu grande amor.

A Dona Isaura (Laura Cardoso) e o Floriano (Sebastião Vasconcelos) nunca viram as filhas da mesma maneira. Floriano não gostava da Raquel e a Dona Isaura achava que a Ruth era pouco ambiciosa na sua vida.

Pontal d'Areia estava dividido entre as duas facções: a maioria dos habitantes adorava a Ruth e desprezava a Raquel. Para mim, a escolha foi sempre muito simples: sempre adorei a Ruth e adorei odiar a Raquel, que era uma vilã e tanto. Um excelente trabalho da Gloria Pires!


Quatro por Quatro (1994)


Autoria: Carlos Lombardi 
Colaboração: Ronaldo Santos e Mauricio Arruda 
Direção: Alexandre Avancini, Luís Henrique Rios e Maurício Farias 
Direção geral: Ricardo Waddington 

Esta novela de Carlos Lombardi garantiu gargalhadas certas em todos os capítulos. Mas a mistura inteligente entre as gargalhadas e o drama é que colocou esta novela na lista das minhas novelas favoritas do "Plim Plim".     

Esta era a saga de quatro mulheres que foram parar à cadeia por chocarem umas contra as outras num acidente entre automóveis. Abigail (Betty Lago), Auxiliadora (Elizabeth Savala), Tatiana (Cristiana Oliveira) e Babalu (Letícia Spiller) contam a sua história de vida e o motivo que as levou a chocar umas com as outras e descobrem que foram todas traídas pelos maridos. As quatro mulheres juntam as mãos e, como mosqueteiros, juram vingar-se dos seus companheiros.

O contraponto da comédia é a história da pequena Ângela (Tatyane Fontinhas Goulart), filha de Bruno Franco (Humberto Martins) e criada pelo seu primo Gustavo (Marcos Paulo). O dr. Bruno viveu durante muitos anos na Amazónia, culpando-se por não ter conseguido salvar a sua mulher quando ela deu à luz a sua filha Ângela. Demora muito tempo até que a menina aceite o pai, mas é um processo fascinante.


Por Amor (1997)

Autoria: Manoel Carlos 
Colaboração: Maria Carolina, Vinícius Vianna e Letícia Dornelles 
Direção: Paulo Ubiratan, Ricardo Waddington, Alexandre Avancini, Ary Coslov e Edson Spinello 
Direção geral: Paulo Ubiratan e Ricardo Waddington


Esta foi a segunda novela do Manoel Carlos que eu vi e a que gostei mais (mais até do que o "Laços de Família"). Conhecida como a novela da "troca dos bebés", a história trágica de Maria Eduarda (Gabriela Duarte) que perdeu o seu bebé no parto e de Helena (Regina Duarte), que trocou o seu filho vivo pelo filho morto da filha. O romance de Helena com Atílio (Antonio Fagundes) ficou em sério risco quando ele descobriu que o seu filho sempre estivera ao seu lado, vivinho da silva.

Outro tema pesado foi o alcoolismo do ex-marido de Helena e pai de Maria Eduarda, Orestes (Paulo José), ostracizado pela própria filha. A cena de Orestes, sendo levado pela mão pela sua filha Sandrinha (Cecília Dassi) (muito madura para a sua tenra idade) para os alcoólicos anónimos foi muito tocante.


Laços de Família (2000)


Autoria: Manoel Carlos 
Colaboração: Fausto Galvão, Maria Carolina, Vinícius Vianna, Flávia Lins e Silva
Direção: Moacyr Góes 
Direção geral: Ricardo Waddington, Rogério Gomes e Marcos Schechtman 

Esta é a outra novela de Manoel Carlos que fez muito sucesso no Brasil e por cá. Helena (Vera Fischer) apaixona-se por Edu (Reynaldo Gianecchini) que eventualmente se apaixona por Camila (Carolina Dieckmann), casando com ela. Mãe e filha apaixonadas pelo mesmo homem parece confuso, mas quem governa o coração, não é?

O amor incondicional entre mãe e filha é novamente tema central da novela de Manoel Carlos. Nesta, a mãe Helena engravida de um homem que já não ama, pondo em risco a sua relação com Miguel (Tony Ramos), para salvar Camila de uma leucemia.

Já passaram muitos anos e ainda hoje, se ouvir o "Love by Grace" da Lara Fabian, vem-me à memória a cena em que Camila decide rapar o cabelo.

Esta novela marcou o regresso do actor Flávio Silvino (o Matosão de "Vamp"). O actor encontrava-se em recuperação de um acidente que o deixou com sequelas neurológicas e a sua personagem em "Laços de Família", o Paulo, filho de Miguel, espelhava esse mesmo assunto.



O Cravo e a Rosa (2001)


Autoria: Walcyr Carrasco e Mário Teixeira 
Colaboração: Duca Rachid 
Direção: Mário Márcio Bandarra e Amora Mautner 
Direção geral: Walter Avancini

Esta novela é a prova provada que, por muito tempo que passe, as comédias de William Shakespeare nunca passam de moda! Baseado da comédia A Fera Amansada (The Taming of The Shrew), esta novela foi um grande sucesso da Globo e garantiu gargalhadas em todos os capítulos, graças às interpretações geniais de Adriana Esteves e Eduardo Moscovis.

O amor entre Catarina Batista (Adriana Esteves) e Julião Petruchio (Eduardo Moscovis), negado por tanto tempo pelos dois, era emotivo e hilariante. A feminista Catarina sempre jurou que jamais se casaria e o seu noivado com o machão confesso Julião Petruchio foi uma supresa para todos. Bem, na verdade, o casamento serviria três propósitos: salvaria a fazenda do Petruchio; faria com que Bianca (Leandra Leal) acabasse com as suas greves de fome e manteria a honra do pai da família e candidato a prefeito de São Paulo, Nicanor Batista (Luís Melo).

Se, por um lado, a trama retrata o casamento como uma mera instituição económica, por outro, o amor entre os protagonistas é real e inegável desde o começo (se bem que eles o neguem até ao fim e vivam à bulha um com o outro). 

O texto é excelente, o tratamento visual da novela – inspirado no cinema mudo  foi muito bem conseguido e os efeitos sonoros também são hilariantes. 

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