31 de dezembro de 2012

Uma Questão de Pedigree


O universo do filme Lady and the Tramp é uma cidade (muito parecida a Marceline – onde Walt Disney cresceu) no início do séc. XX; uma cidadezinha idílica no coração da América.

Lady and the Tramp era um filme original – não era um conto de fadas, não era um clássico literário –teve origem na história criada por Joe Grant e por Ward Greene – que escrevera um artigo na revista literária Cosmopolitan. Foi desses dois autores que surgiu o filme que conhecemos hoje como A Dama e o Vagabundo.

Uma história de amor entre dois cães de raças diferentes e de zonas diferentes da cidade ou uma metáfora criada para falar de assuntos sérios como o sentimento de abandono, amores proibidos, eutanásia, o que significa ser cão e o que significa ser humano?

Na minha opinião, A Dama e o Vagabundo é um dos filmes mais inteligentes, subtis e "adultos" jamais feitos por Walt Disney. Não foi feito para crianças e os temas sérios que aborda passam ao lado da pequenada, mas nem por isso deixa de ser agradável de se ver quando se é petiz. Há uma inocência e um optimismo naquele filme que é impossível de negar – tanto na história como nas personagens. A Dama é o epíteto de lealdade aos donos, apesar de, por vezes, se sentir negligenciada por eles; o Vagabundo tem aquilo a que se poderia chamar uma existência miserável (tendo que dormir ao relento e pedir para comer uns ossitos) mas não se incomoda com isso; o cão deleita-se na sua vida livre e sem o peso de uma coleira ao pescoço. Para alguns, a sua filosofia de vida pode parecer cínica, mas eu nunca vi o Vagabundo como o típico machão americano individualista e que tem medo de assumir compromissos. Sempre o vi como alguém que aproveitava o que a vida tinha de melhor – passeando por toda a cidade como se fosse dono dela!

É um filme leve sem ser leviano e é sério sem ser maçudo. É o filme mais genuinamente romântico que a Walt Disney já produziu, onde a animação é perfeitamente executada pelos famosos "Nine Old Men" (os principais animadores – escolhidos a dedo por Walt Disney).

Um dos animadores (Milt Kahl) era o principal responsável pelas cenas do Vagabundo. Uma das cenas que ele animou que mais me ficou na memória foi aquela cena em que encontramos o herói canino pela primeira vez.

Disclaimer: Written for love, not for profit. "Lady and the Tramp" does not legally belong to me. It belongs to: Walt Disney Productions who produced it and to Buena Vista Film Distribution Company, who aired it. 




   Far away from the rich part of town, a dog was sound asleep in a barrel next to an old railway. He was awaken by the train whistle. His eyelids fluttered open, languidly enough, but he was soon on his feet after a quick yawn. He stretched himself thoroughly, feeling the bones popping from his adventures of the previous night. He drank some water from a nearby puddle, took a quick shower and he was ready to face the world. He let the fresh air of dawn greet him. “Ah, what a day! Well, now to dig up some breakfast,” he said, taking off. He scouted the streets, alone, knowing that most humans were still in their houses. A trio of puppies behind a glass caught his attention. “Oh. Humm. Cute little rascals.” One of the puppies tried to play with him, ending up licking the glass, warming the big dog’s heart. “Coochie, coochie, coochie coo!” Then, he continued on his journey. “Now that breakfast. Let’s see. Bernie's? Hmm? No. Francois? No, no nope. Too much starch. Ah Tony’s. That’’s it. Haven’t been there in a week.” The food at that restaurant was very tasty and his stomach was growling by now. He walked by, closer to the kitchen, to let the humans know he was there. One came to greet him, happy to see him. “Well buon giorno, Butch. You want your breakfast, eh? Okay. The boss, he’s a-saved some a-nice bones for you.” The dog moved away from the entrance and waited. “Breakfast a coming up from a left-field.” The human said. The big dog caught the bone in mid-air. “Ha-ha, good catch!” His two-legged friend chuckled. 

30 de dezembro de 2012

Ensaios Filosóficos de Pessoa

Capa de Istvan Orosz


Editada por Nuno Ribeiro, esta nova obra académica apresenta os ensaios filosóficos escritos por Pessoa em Inglês.

A obra consiste em fragmentos escritos por os primeiros heterónimos do escritor, tais como Charles Robert Anon and Alexander Search, e constituem a fundação da filosófica da heteronímia Pessoana.
Uma das inúmeras facetas deste brilhante poeta português.

Aqui estão informações sobre onde comprar o livro.



29 de dezembro de 2012

Peanuts em E-books

As duas empresas Graphicly e Peanuts Worldwide vão lançar mais de 60 títulos da banda desenhada de Charles M. Schulz em plataformas de e-books. 

Welcome to the digital age, Charlie Brown!

22 de dezembro de 2012

No Topo do Mundo


Em breve, será possível "passear" pelo topo do Monte Evereste a partir do conforto do lar.

Graças ao projecto GlacierWorks, que está a ser desenvolvido por David Breashears e uma equipa dedicada a tirar mais de 400 fotografias captadas com uma lente fotográfica de 300 milímetros, vai ser possível visitar várias zonas dos Himalaias.

Por enquanto, temos um esboço, mas o autor quer adicionar audio e vídeo ao passeio interactivo.

Este é um projecto muito interessante para seguir!

20 de dezembro de 2012

O primeiro de muitos

Todos os livros nos marcam, mas só alguns livros nos marcam mais do que uma vez. E dessa lista (que ainda pode ter um tamanho significativo) apenas um é responsável pela nossa entrada no mundo dos livros. E esse é, sem dúvida alguma, o livro que nos arranca um sorriso de cada vez que olhamos para a sua capa.

Os primeiros livros que li por minha conta (que não me leram a mim), foram os livros d' Os Cinco, de Enid Blyton.


Pode parecer estranho mas, apesar de já ter lido alguns gigantes literários como Shakespeare, Dickens, Melville e Twain, nenhum desses livros provoca em mim o mesmo sentimento de total espanto e de sofreguidão pelas histórias, pelas personagens e pelas palavras, as primeiras que lia. 

Foi o meu passaporte para o mundo maravilhoso no qual entrei com esperança e sem medo e do qual não quero sair jamais!

18 de dezembro de 2012

Done by 'His' Book

Acometida por uma nostalgia aguda, relembro aqui uma das melhores séries (ou mesmo a melhor?) que a televisão americana nos trouxe!

Pode parecer estranho porque, afinal, a série não acabou assim há tanto tempo... Mas, para quem passou oito anos da sua vida a ligar semanalmente a televisão para ver esta série, alguns meses parecem séculos!

Mais tempo ainda se passou desde que a série estreou em 2004... Mas, ainda me lembro perfeitamente do primeiro episódio que vi!...

A cena que apresenta o elenco, em toda a sua glória, é uma das minhas preferidas. Se me pedissem para resumir a premissa do "House M.D.", apresentando uma cena, eu apresentaria esta.


Disclaimer: Written for love, not for profit. "House M.D." does not legally belong to me. It belongs to: David Shore who created it, Heel & Toe Films, Shore Z Productions, Bad Hat Harry Productions, Moratim Produktions, NBC Universal Television, Universal Media Studios who produced it and to Fox Network, who aired it. 

Images taken from Google search.


Doctor House and his staff looked at an MRI of her head. After spending some time in silence observing the MRI, Eric Foreman grew tired of seeing nothing and broke the silence: “It's a lesion.” The coarseness and lack of enthusiasm of that diagnosis annoyed the department head. “And the big green thing in the middle of the bigger blue thing on a map is an island. I was hoping for something a bit more creative-” “Shouldn't we be speaking to the patient before we start diagnosing?” asked Dr.  Foreman with a raised eyebrow. Using the same expression, House asked: “Is she a doctor?” “No, but...” “Everybody lies.” House replied with an unflappable determination. Dr. Foreman was stunned, unlike the other two doctors. “Dr. House doesn't like dealing with patients.” Dr. Allison Cameron murmured to her new colleague. “Isn't treating patients why we became doctors?” Dr. Foreman asked in the same tone. “No, treating illnesses is why we became doctors, treating patients is what makes most doctors miserable.” Dr. House clarified. “So you're trying to eliminate the humanity from the practice of medicine.” Dr. Foreman said, astonished. His boss simply shrugged and replied in the same placid tone: “If you don't talk to them they can't lie to us, and we can't lie to them... Humanity is overrated.” Dr. Cameron couldn’t get used to her boss’s view of mankind, no matter how many times she heard those kinds of sentences. ”I don't think it's a tumor.” House added. “First year of medical school if you hear hoof beats you think "horses" not "zebras".” said Dr. Foreman looking at his colleagues. An unimpressed House looked back at him and said: “Are you in first year of medical school? No. First of all, there's nothing on the CAT scan. Second of all, if this is a horse then the kindly family doctor in Trenton makes the obvious diagnosis and it never gets near this office. Differential diagnosis, people: if it's not a tumor what are the suspects? Why couldn't she talk?” “Aneurysm, stroke, or some other ischemic syndrome?” Dr. Chase ventured, knowing it was impossible to guess at first try. ”Get her a contrast MRI.” House ordered. “Creutzfeld-Jakob disease?” Dr. Cameron asked, unsure of herself. “Mad cow?” Dr. Chase said, impressed. “Mad zebra.” House replied. Dr. Foreman tried again. “Wernickie's encephalopathy?” “No, blood thiamine level was normal.” House was now beginning to have serious doubts whether his new doctor was really cut-out for the job. “Lab in Trenton could have screwed up the blood test. I assume it's a corollary if people lie, that people screw up.” The boy held promise, no doubt. House nodded with a very slight smile. “Re-draw the blood tests. And get her scheduled for that contrast MRI ASAP. Let's find out what kind of zebra we're dealing with here.” 



17 de dezembro de 2012

Beethoven tocado por robôs minúsculos

Investigadores do Georgia Institute of Technology desenvolveram robôs que "trabalham em equipa" para tocar a "Bagatela No. 25 in Lá menor", mais conhecida como "Para Elisa" (Für Elise).



Quando passam 242 anos do nascimento do mais brilhante compositor que o mundo alguma vez viu, a tecnologia prova que a sua música continua a inspirar a imaginação dos seus ouvintes de formas inesperadas.




Parabéns, Maestro!

14 de dezembro de 2012

“I need to know the truth"

Uma das cenas que é eleita uma e outra vez pelos seus fãs como uma das melhores, é a cena em que o Max e a Liz conversam na escola, após o confronto de Liz com o Xerife.

É, sem dúvida, um momento muito confuso da (nova) relação que se começou a desenvolver entre eles, em que ainda há muitas dúvidas no ar e muitas explicações por dar.

Apesar do ambiente naquela sala de expressão plástica estar impregnado de tensão, a forma como eles falam um com o outro, através da pureza cristalina de sentimentos ali demonstrada, torne aquela cena tão especial para os "Dreamers".

Disclaimer: Written for love, not for profit. The characters do not legally belong to me. They belong to: Melinda Metz and Laura Burns who created them, Jason Katims who developed them, 20th Century Fox Television and Regency Television who produced them and the WB and UPN who broadcasted them.
Images taken from Google search.


     Meanwhile, Liz found Max in his Gym class. The look in her eyes was all it took for Max to know there was trouble ahead. He followed her in silence, wondering why she was walking so fast. With her back on him the whole way, Max couldn’t tell if Liz was angry or scared. He sensed something bad, something very bad had happened to her. As soon as they got to the art room, Liz turned unexpectedly. “I need to know the truth Max. I need to know everything. Or I'll – I'm just gonna go to Valenti and I'm gonna tell him everything I know.” She’s definitely scared, Max thought, trying to think of a way to help her. It would mortify him if Liz was scared of him. “Okay.” He said in the most serene tone he could phantom. “Okay.” Liz echoed, taken aback by his calmness. She took a piece of paper from her coat pocket and Max couldn’t stop himself from smiling. Liz had made a list! Liz always made lists when she was searching for answers or when she was gathering hypothesis to form a theory. “All right. Here we go. Where did you come from?” “I don't know. When the ship crashed I wasn't born yet.” Max said, in the same calm tone. “So there was a crash?” Wouldn’t he like to know... “All I know is it wasn't a weather balloon that fell that night,” he said, more assertively. Liz was prepared for that answer. She did the math again, quickly, in her mind. “The ship crashed in 1947. Your 16...” Max knew the numbers would never add up. He had done the same math many times in his head, along with Isabel and Michael, but they never reached any satisfying conclusion. “We were in some kind of incubation pods.” “We?” She was prepared for that too, or so she thought... Her head spun faster. “Isabel and Michael are also...uh...” She took a deep breath, although oxygen felt elusive. “Okay, well, that, answers, um, that question,” she babbled, while she waited for her power of speech to come back to her. 

“Um, what powers do you have?” “We can connect with people, as uh, you know,” he started, torn between how self-conscious he had felt when he had let her reverse the connection and how excited he was that she was still there, asking him questions, instead of running away from him in terror. He wondered what she had seen. He wondered if she knew how he felt about her... “We can manipulate molecular structures, and... we can...” He added. “Wait, what does that mean?” Max searched for a way to show her. He saw a clay sculpture and used his powers to change its molecular structure. Liz saw Max wave his hand over the sculpture and, just like that, the clay faced turned into nothing. He waved back and the face reformed. She saw it, but she couldn’t quite make herself believe it. “That's, uh, that's how I healed you,” he explained. “Max, who else knows this?” “No one.” “What about your parents?” “We don't tell anyone. We sorta think our lives depend on it.” “So when you healed me you risked all of this getting out didn't you?” Liz asked, wondering why he had trusted her to keep this secret. It dawned on her that her life was in no way more important than the lives of three people – three very special people that if certain government agencies got their hands on... “Yea,” Max said, interrupting her train of thought. “Why?” She wanted a rational explanation, one he couldn’t possibly give, because he couldn’t explain to himself exactly what he felt for Liz. “It was you,” he said, simply. Max didn’t regret what he had done. Yes, he had broken a pact, but he had done the right thing! Liz couldn’t stop thinking about what she had felt when Max reverted the connection in the Crashdown... She smiled, lost in her memories, certain that Valenti was wrong.


WE WANTTO BELIEVE!

Depois do Fim do Mundo

Quer o mundo acabe em 21 de Dezembro de 2012 ou não, há definitivamente coisas que têm de mudar na sociedade humana, se queremos continuar a viver neste planeta sem estarmos atolados em analgésicos nem a matarmo-nos uns aos outros por "dá cá aquele barril de petróleo" ou "dá cá aquele garrafão de água".

Sabemos que as sociedades nórdicas têm um estilo de vida muito melhor do que o nosso e, no entanto, a taxa de suicídio é enorme para quem (aparentemente) não tem do que se queixar.

Como seria, então, um mundo radicalmente diferente daquele em que vivemos hoje?

Sempre me interroguei como seria o mundo depois do "fim do mundo". Como seria essa nova era? Como seria recomeçar do zero e viver num mundo onde o dinheiro não escravizasse o coração do Homem?

Talvez nessa altura, o Mercado do Tempo (ou Banco do Tempo) pudesse reinar indisputavelmente e aproximar as pessoas umas das outras, inspirando nelas sentimentos mais humanos...

13 de dezembro de 2012

Trechos do Desassossego

Se o que deixar escrito no livro dos viajantes puder, relido um dia por outros, entretê-los também na passagem, será bem. Se não o lerem, nem se entretiverem, será bem também.


Pedi tão pouco à vida e esse mesmo pouco a vida me negou [...] como quem nega a esmola não por falta de boa alma, mas para não ter que desabotoar o casaco.



Escrevo, triste, no meu quarto quieto, sozinho como sempre tenho sido, sozinho como sempre serei. [...] Vivo mais porque vivo maior.



[...] Vejo-me no meio de um deserto imenso. Digo do que ontem literariamente fui, procuro explicar a mim próprio como cheguei aqui.



Deus é o existirmos e isto não ser tudo.




Bernardo Soares – Livro do Desassossego



The bigger picture


If what shone afar so grand,
Turn no nothing in thy hand,
On again; the virtue lies
In the struggle, not the prize.

– R. M. Milnes

11 de dezembro de 2012

The Golden Key

De que vale oferecer a chave do coração se o convidado escolhe ficar à porta? O que se ganha se a chave não rodar na fechadura?

Esta troca de chaves é diária, constante, frenética. Em tempos idos, oferecer a chave era uma acção preciosa e quem a tinha na mão, tinha orgulho em tê-la. Mas, neste mundo de cliques, todos têm chave (quer o saibam ou não) e escolhem não entrar. Olham desesperados pelo buraco da fechadura, sem nunca sentirem o peso da oportunidade única que têm nas mãos.

Porque será?

Será porque acham que o peso é maior que a recompensa? Será porque idealizam algo que não existe – a partir dos vultos que vislumbram através da fechadura – e se dão por satisfeitos com as suas ilusões? 

Outros há que se sentam teimosamente à porta, ou que forçam a fechadura com galhos e pedras, e se esquecem, no seu movimento desassossegado, que sempre tiveram tudo o que precisavam para entrar.

Talvez nada disto importe porque, no final, nenhum dos dois grupos quer tomar o peso da chave nos seus ombros. Talvez seja por isso que a ignoram; talvez seja por isso que idealizem uma realidade com que se possam consolar, uma intimidade falsa, de plástico, virtual, realizada num punhado de caracteres. 

A chave pesa, sei-o bem, mas mais penoso é o peso de não ter chave que nos pese.

6 de dezembro de 2012

O que é um minuto para o Universo?

O Big Bang, a formação do nosso sistema solar, o aparecimento de vida na Terra... são eventos que não pudemos testemunhar, nem ninguém poderia assistir numa só vida...

Mas, se nos fosse possível, seria extraordinário, não?

Eis aqui uma pequena amostra:


Histórias para além das histórias

Para todos os amantes de livros há um motor de busca especializado em ligar os pontos entre as diferentes obras literárias.

Um portal fascinante que vale a pena explorar!

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