28 de setembro de 2013

The Princess and the Queen

Agora riu-me quando recordo alguns comentários que li sobre a qualidade de uma poldra como Princess of Sylmar. A sua vitória no Kentucky Oaks (gr. 1) foi considerada por alguns como uma boa corrida, mas que não lhe garantia nenhum estatuto especial. 

Daí para cá, as suas quatro vitórias em corridas de grau 1 têm vindo a dar razão a quem sempre acreditou no seu talento. Os fãs da 'princesa' (agora, rainha!) assistiram a uma corrida fabulosa em Belmont Park, na Beldame Invitational Stakes (gr. 1), a qual ganhou por dois (confortáveis) comprimentos.

Venceu contra nada mais nada menos do que a outra rainha das pistas, Royal Delta — que já conquistara duas vezes esta prova e regressava para defender o seu título. A poldra tropeçou ligeiramente quando saiu pelo portão, mas não creio que tenha sido esse o motivo pelo qual chegou em segundo lugar, pois ainda chegou seis comprimentos à frente da terceira classificada. Creio que finalmente encontrou uma rival à sua altura.

Adoraria vê-las as duas novamente na Breeder's Cup Distaff (gr. 1deste ano. Vamos ver a Princess of Sylmar se sente confortável e feliz e se o seu dono se decide a levá-la a Santa Anita...


Aqui fica a corrida.


Uma exibição digna do Desporto de Reis!




27 de setembro de 2013

A História dos Proms

De norte a sul, Portugal tem anualmente festivais musicais durante o Verão, mas os nossos festivais não se comparam nem de longe com a maior festa da música do mundo, realizada em Inglaterra – os Promenade Concerts (Concertos Promenade da BBC) ou, como são mais conhecidos, os Proms. Nos dias de hoje, esta série de concertos realiza-se anualmente no Royal Albert Hall, desde meados de Julho até meados de Setembro.

Se há coisa de que me arrependo na vida é de não ter estado presente no Royal Albert Hall na temporada de 2012, a assistir à série de sinfonias de Beethoven...

A temporada de Verão, marcada por estes concertos nasceu de um concerto realizado em 10 de Agosto de 1895, fruto do empresário que estava à frente do Queen's Hall em Londres, Robert Newman. O seu plano era tornar a música acessível ao maior número de pessoas por um preço baixo.

Foi em Fevereiro de 1895 que o empresário colocou o maestro Henry Wood à frente do projecto dos Proms. 

Wood à frente da orquestra em Queen's Hall

Inicialmente conhecidos como 'Mr Robert Newman's Promenade Concerts', estes concertos eram baratos, podia-se comer, beber e fumar, havia noites inteiras dedicados a compositores como  Wagner e Beethoven e havia uma mistura elegante entre música popular e música clássica.

Na década de 1920, Henry Wood popularizara muitos compositores através dos Proms. Em 1927, após vários problemas financeiros, a BBC começou a transmitir os concertos, formando inclusive a sua própria orquestra em 1930, a BBC Symphony Orchestra. Nunca antes aquela série de concertos chagara a uma audiência tão vasta.

Infelizmente, a II Grande Guerra significou o fim do patrocínio da BBC e a completa destruição do Queen's Hall pela Luftwaffe. Há males que vêm por bem, como se diz na minha terra e foi assim que, em 1941, os Proms foram transferidos para Royal Albert Hall.


Royal Albert Hall

Esta elegante sala de concertos foi inaugurada em 1871, e é lá, desde 1941 (quando a BBC voltou a patrocinar os Proms) até aos dias de hoje, que se realiza este festival de música.

A partir de 1959, os Proms alargaram o seu repertório e as orquestras que interpretavam as obras, trazendo verdadeira grandeza internacional ao festival inglês.

23 de setembro de 2013

"September 23, Journal entry one"

Things I learned from Roswell



September 23rd. Journal entry one. I'm Liz Parker and five days ago I died. After that, things got really weird... [...] But then the really amazing thing happened. I came to life.

That's the way it all started, back in 1999. Nothing is ever the same again after you go through a near-death experience or watch a show like this one. One learns many things along the journey. 

Here are a few things I learned from the Pilot

Nothing is ever the same again after you go through a near-death experience.

If somebody stares at you, don't be freaked and don't be an unbeliever. A great Love can be hiding in their eyes and you may be missing a golden opportunity to be gloriously happy. 

Put the life of your loved one above yours. No matter what.

Always dispose of incriminating evidence against you or your friends.

Moments of extreme tension are not ideal times to make jokes.

If you break a sacred pact, it's not enough to say you're sorry.

There is nothing more intimate than sharing your soul completely with the person you love, specially if they don't feel the same way toward you.

It's not a good idea to blackmail a friend who's keeping a secret from you. You may not like what you discover.

After a really shocking revelation, people have every right to babble.

No one secret lasts forever.

What is a party for the insiders, is a nightmare for the outsiders.

Safety is irrelevant when one is in love.

Some people don't really know what it means to live... until they die.


WE WANTTO BELIEVE!

13 de setembro de 2013

O Sono e o Destino


No lugar dos palácios desertos e em ruínas
À beira do mar,
Leiamos, sorrindo, os segredos das sinas
De quem sabe amar.
Qualquer que ele seja, o destino daqueles
Que o amor levou
Para a sombra, ou na luz se fez a sombra deles,
Qualquer fosse o voo.
Por certo eles foram mais reais e felizes.


...Não: o que tenho é sono.

O quê? Tanto cansaço por causa das responsabilidades,
Tanta amargura por causa de talvez se não ser célebre
Tanto desenvolvimento de opiniões sobre a imortalidade...
O que tenho é sono, meu velho, sono...
Deixem-me ao menos ter sono; quem sabe que mais terei?


–– Álvaro de Campos



12 de setembro de 2013

Antologia poética



"Pessoa é o melhor poeta moderno do século XX", diz o tradutor chinês Wei Bai.

Concordo, evidentemente, embora não lhe ancorasse o génio a um século específico.

A antologia poética «A Little larger than the Entire Universe» foi traduzida e publicada na China.

É o segundo livro de Pessoa lançado este verão na China, depois de um volume com os Poemas de Alberto Caeiro (um dos seus heterónimos) publicado em agosto, ilustrando a universalidade daquele poeta português.

A antologia organizada por Richard Zenith saiu em 2006. A versão chinesa, com cerca de 470 páginas, foi publicada por uma editora de Xangai, integrada numa coleção que inclui o russo Boris Pasternak, o inglês D.H. Lawrence e outros autores europeus.


Notícia retirada daqui.


11 de setembro de 2013

Notícias Pessoanas


fp_espanha

Já muito se escreveu sobre Fernando Pessoa e os seus heterónimos, mas quem é que familiar com as relações do poeta luso com nuestros hermanos?

A exposição "Fernando Pessoa em Espanha" que se realizará entre 12 de Setembro e 31 de Dezembro na Galeria Mezanino será com entrada livre. Sim. Entrada livre. Esta exposição irá explorar essa relação desconhecida entre Pessoa e a cultura espanhola.






Bem mais longe, na Colômbia, haverá um colóquio de três dias (2, 3, e 4 de Outubro) em Medellín, intitulado "Pessoa entre otros". 

Fonte: Casa Fernando Pessoa.


Para quem puder ir a estas exposições, aproveitem!


7 de setembro de 2013

Snoopy wants candies, Charlie Brown!


Esta tira apresenta um Charlie Brown feliz e Snoopy um ainda mais feliz. O garoto faz festas ao seu cão e o cachorro está encantado com carícias do dono. Apesar desta imagem feliz, tudo se desvanece quando Charlie Brown admite que não tem muito a oferecer a Snoopy, além do amor. O cão foge, abandonando o seu dono. 

No mundo real, o cão é o melhor amigo do homem, mas um cão como o Snoopy é um caso muito sui generis. Claro que ele não abandona realmente o seu dono para sempre, mas só Amor (sem guloseimas) parece ser algo que Snoopy não está disposto a aturar. 

Pode dizer-se que o Amor é tudo o que precisamos na vida mas, na realidade, temos outras necessidades que precisam ser satisfeitas. Talvez Charlie Brown considere o dinheiro e roupas extravagantes algo superficial... Os cães não dão importância a essas coisas e Snoopy também não. Mas as guloseimas são essenciais. O amor e a honestidade que Charlie Brown esbanja com o seu cão são louváveis​​. Snoopy, no entanto, parece exigir mais da vida do 'apenas' o amor incondicional.



4 de setembro de 2013

O peso dos direitos de autor

Vivi toda a vida entre livros e fiquei de queixo caído com um estudo que li recentemente – estudo esse que comprova o impacto negativo que os chamados "direitos de autor" têm sobre os livros que são publicados.

Paul J. Heald, professor da Faculdade de Direito da Universidade de Illinois, concluiu que “a lei dos direitos de autor está directamente ligada à ausência de obras das prateleiras da Amazon. Os direitos de autor e o marketing associado à publicação dos livros retardam a distribuição e o acesso do público às obras”.

Heald demonstrou no seu estudo que as Editoras não beneficiam em nada ao adiarem a passagem das obras para o domínio público e que as obras que estão no domínio público se vendem tão bem como as obras sob as pesadas correntes de direitos autorais.


Sempre me perguntei o porquê da lei dos direitos de autor 'proteger' obras até 70 anos após a morte do seu criador. Quem é que desencantou esse número? 

Considero importante que qualquer obra seja protegida enquanto o seu criador está vivo e pode usufruir dos lucros da sua criação, mas proteger obras até 70 anos após a morte do seu criador parece-me ser um número de anos fortuito, o que me incomoda um bocado...

Há bastantes obras que estão actualmente no domínio público e que são leituras obrigatórias nas escolas e nas universidades e que, portanto, se vendem como "pãezinhos quentes", fazendo bom dinheiro para as Editoras.

As obras 'protegidas', que não são de leitura obrigatória, podem sofrer o preço que qualquer livro que não seja recente ou um best-seller sofre – é ignorado das prateleiras das livrarias. A lei dos 70 anos talvez beneficie um autor muito famoso... Talvez... 

Mas, e todos os outros? Se as obras passassem para o domínio público 5 anos (ou mesmo 10) após a morte do autor, todos poderiam ter acesso a ela muito mais cedo.

Se as editoras 'complementassem' a leitura de um texto no domínio público com 'extras' (como fazem os estúdios com os filmes), as obras ganhariam novo fôlego e novo espaço nas prateleiras.

Atrevo-me a dizer que se fosse assim, o mundo seria bem mais feliz. Os leitores, pelo menos, ficariam radiantes.

O estudo de Paul J. Heald está disponível aqui para quem quiser consultá-lo.