26 de maio de 2013

"The Road to Awe" - (Pt 6)



26 de Maio:

Concluo que só haveria uma coisa que eu alteraria no The Fountain (se pudesse!): teria colocado mais momentos entre o Tommy e a Izzi antes de ela ser diagnosticada. Na verdade, o que parece prejudicar o filme é a ausência de dois ou três momentos felizes entre os dois amantes para cortar a tensão avassaladora que atravessa toda a história... Talvez isso tivesse ajudado alguns membros do público-alvo a identificarem-se mais com as personagens...

À parte desse pequeno apontamento, a minha fé no cinema foi restaurada (ainda que só por uma hora e meia) e continuo a achar que o filme é o melhor e o mais generoso que já vi – não há vez que o veja que ele não me dê algo em troca!

Nunca me canso de ver as actuações de Hugh Jackman e de Rachel Weisz, que são de uma intensidade magistral. A actuação de Ellen Burstyn como a chefe de Tommy Creo (a voz da razão) também é convincente e comevedora. Os temas, os símbolos e as metáforas fluem no filme, traduzindo-se num espectacular stream of consciousness visual e espiritual. Até já me começo a habituar à assombrosa banda sonora de Clint Mansell, embora continue a achar que o tema "The Great Gig in the Sky" dos Pink Floyd 'encaixa' melhor no clímax do filme, mas isso é outro assunto.


O anel é o símbolo e a a metáfora mais persistente no filme, o que melhor espelha o Amor, a passagem do Tempo (os anéis das árvores), a metáfora da aliança entre a rainha e o conquistador, entre o marido e a mulher... Continuamos nas dualidades, é engraçado! Ainda que a forma do dito objecto prove a união entre os dois pólos numa só entidade e a consequente unidade de tudo o que existe e já existiu. Será essa a resposta?!...

A necessidade de Darren Aronofsky fazer este filme é igualada na ficção à necessidade de Izzi em escrever o seu livro – a arte como a busca pelas respostas para a nossa viagem nesta vida. Também Izzi buscou na expressão artística uma forma de lidar com o seu destino e aceitar a sua mortalidade. E, tal como ela, Aronofsky entrega-nos a sua obra e convida-nos a continuar o projecto. Não que o filme esteja inacabado, mas as múltiplas respostas nele contidas obrigam-nos a um processo de reflexão sobre o propósito que a morte serve na nossa vida; o motivo pelo qual a morte tanto nos assusta; como viver o mais profundamente possível, etc.

Em última análise, somos nós que temos de escrever o último capítulo.


25 de maio de 2013

"The Road to Awe" - (Pt 5)


25 de Maio:

Diz o Livro do Génesis que Adão e Eva comeram o fruto da árvore do conhecimento do Bem e do Mal e que, por isso, foram banidos do Jardim do Éden. Deus enviou anjos com espadas flamejantes para guardarem a Árvore da Vida. Desde esse momento que é assim para os humanos: odiamos o momento do nosso fim e vivemos em perpétua dualidade (Vida - Morte; Amor - Ódio; Alegria - Tristeza), etc. Onde se esconde, afinal, a Verdade?

A busca pela imortalidade parece ser a resposta errada, pois retira valor à vida, àquilo que nos torna tão humanos... Retira-nos a fúria de viver o melhor possível no maior espaço de tempo possível...

Todd May, que escreveu um livro intitulado Death (Art of Living), propõe que o que mais nos assusta na Morte é que seremos impedidos de realizar os nossos projectos, pois ficaremos incapacitados pela ideia do nosso fim. Essa resposta, diz o autor, também é errada, pois tal como não sabemos se vamos estar vivos amanhã, também não sabemos que não vamos estar. Ele fala em encontrarmos em nós próprios um meio-termo entre projectarmos algo num futuro incerto mas, ao mesmo tempo, vivermos cada momento das nossas vidas de forma total. 

Viver o presente ao máximo, projectando o futuro ao mesmo tempo, sempre reconhecendo a fragilidade da nossa existência... Será essa a resposta para o que nos aflige?...

24 de maio de 2013

"The Road to Awe" - (Pt 4)



24 de Maio:


Já lá vão uns dias desde que comecei a escrever sobre este filme. Não consigo explicar porque motivo sou incapaz de parar de pensar nele... Também não percebo!... Os meus dedos ficam pousados sobre o teclado e...  É como se o meu coração soubesse algo que a minha mente se recusa a revelar-me... Ou não consegue sequer atingir... Não sei...

Fico a pensar no que teria sentido Darren Aronofsky enquanto fazia The Fountain... com pai e mãe diagnosticados com cancro... Muito tempo deve ele ter tido para pensar na Vida, na Morte e no Amor...

De certa forma, é muito triste que este filme seja tão ignorado pela crítica e pela maioria dos espectadores... As pessoas que gostam de ir ao cinema não gostam deste filme e os monges budistas – que, certamente, admirariam a sua beleza e o seu significado como ninguém – estão a meditar nas suas próprias vidas e não a ver filmes...

Pelo que li, Darren Aronofsky é casado e tem um filho e os seus pais ainda são vivos.

Espero sinceramente que o Tempo seja generoso para com este "filho" de Aronofsky. Não conheço outra película que mereça melhor sorte do que esta!...

23 de maio de 2013

"The Road to Awe" - (Pt 3)



23 de Maio:

O filme é impossível de descrever ou sumarizar, mas a história é infinitamente tocante! É inteligente e bem contada, mas não é fria e calculista – o Amor, e grandes perguntas que todos nós fazemos ao longo da vida sobre quem somos, o que estamos cá a fazer, o que é que acontece depois de morrermos é o fio condutor que atravessa milénios... Trata-se de uma mandala universal e panteísta da raça humana, um labirinto quase infinito de possibilidades e significados, onde o que consideramos um problema pode ser uma solução e o que pensamos ser as respostas pode ser nada mais do que entraves fatais ao nosso avanço espiritual...

Um grande homem (pronto, o Dr. Gregory House) disse um dia: "Our bodies break down, sometimes when we're 90, sometimes before we're even born, but it always happens and there's never any dignity in it! I don't care if you can walk, see, wipe your own ass... it's always ugly – ALWAYS! You can live with dignity; you can't die with it!"

Izzi viveu a sua vida com dignidade, dedicando os seus derradeiros momentos a tentar convencer o amor da sua vida a aproveitar ao máximo a sua companhia, ajudando-o a compreender o seu destino, fazendo-o acreditar que a morte pode gerar a vida.

Tom é o motivo pelo qual se diz que nenhum médico devia ter como paciente um familiar. Ele é, sem dúvida, o mais motivado para descobrir uma cura para o cancro que ameaça a sua mulher mas, simultaneamente, é esse facto que lhe retira toda e qualquer objectividade no seu tratamento...

22 de maio de 2013

"The Road to Awe" - (Pt 2)



22 de Maio:

Foi penoso para mim enfrentar esta obra de Aronofsky, especialmente na altura em que a vi... Mas o final inspirou-me alguma esperança, ao invés do desespero que é típico deste tema. Pude concluir que o ser humano não tem tanto medo da morte, como tem pavor de ser forçado a viver sem aqueles que ama e o filme toca nessa 'ferida' que nos arde a todos.

Para além disto, The Fountain é a película mais "literária" que já vi, onde os temas, os motivos os símbolos e as metáforas se conjugam em total (perfeita) harmonia. The Fountain foi feito para nos ajudar a perceber que as respostas para o significado da vida demoram uma vida inteira a deslindar, não uma hora e meia. O filme é muito melhor do que a soma de todas as interpretações de que eu pudesse falar aqui! Além do festim intelectual e espiritual com que nos deixa o realizador, The Fountain é também um festim visual, pois Matthew Libatique é um fotógrafo brilhante! Facilmente se pode ver este filme sem som só pelo prazer das imagens...

21 de maio de 2013

"The Road to Awe" - (Pt 1)

"And I am not frightened of dying. Any time will do, I don't mind. Why should I be frightened of dying?
There's no reason for it — you've got to go sometime. (...) I never said I was frightened of dying."
*


TítuloThe Fountain ou O Último Capítulo (em Portugal)

Realizador: Darren Aronofsky

Actores: Hugh Jackman, Rachel Weisz, Ellen Burstyn, Mark Margolis, Cliff Curtis, Sean Patrick Thomas, Donna Murphy, Ethan Suplee


21 de Maio:

Não sei precisar há quanto tempo não entro numa sala de cinema... O preço dos bilhetes está pela hora da morte e os filmes dos quais tenho visto os trailers não me têm impressionado particularmente.

O filme que vi hoje (o primeiro que vejo do realizador Darren Aronofsky, que só conhecia de reputação do Requiem for a Dream e de Black Swan) é um poema épico sobre o que significa ser humano, um poema visual dedicado à humanidade. Vi-o no conforto do lar, mas posso garantir que, por este, eu teria ido ao cinema... Se tivesse estreado cá na terrinha, claro!

Alguns membros do público-alvo desta película viraram-lhe as costas... Até o famoso Roger Ebert criticou negativamente o filme! Percebo que, nos nossos dias, as pessoas que vão ao cinema querem uma historiazinha divertida e querem sair da sala com soluções arranjadinhas e cómodas, com respostas simples e fixas... o que acho muito triste. Admito que o tema da Morte seja incrivelmente difícil de tratar (em qualquer plataforma), mas não vejo razão para o filme ter sido tão vaiado pelos críticos e tão 'esquecido' pelas distribuidoras...

* "The Great Gig in The Sky" – Pink Floyd (The Dark Side of The Moon)

20 de maio de 2013

Pizzas de Sonho

Quem disse que as pizzas não podem ser refeições equilibradas e saudáveis?


Um nutricionista e uma empresária escoceses criaram uma pizza "mais saudável que uma salada". Esta refeição de sonho possui 47 nutrientes. A pizza Eat Balanced (assim chamada pelos seus criadores) leva ingredientes comuns às outras pizzas, contudo, a massa utiliza algas (é salgada de forma natural) e minerais (o iodino e a vitamina B); o molho de tomate inclui um extrato de pimento vermelho, (com vitamina C); magnésio, potássio, ácido fólico e vitamina A. 

"Analisámos as pizzas existentes no mercado e percebemos que eram muito pobres nutricionalmente, por isso, criámos receitas que satisfazem todas as necessidades nutricionais como qualquer outra refeição saudável e que contêm 30% das doses recomendadas de vitaminas e minerais", diz Mike Lean. 

"Focámo-nos em criar uma pizza que pudesse ser uma opção para um almoço ou um jantar e que constituísse uma refeição completa com 30% dos nutrientes que devemos ingerir diariamente", acrescenta Donnie McLean, empresária que se juntou a Lean neste negócio, num comunicado divulgado, o ano passado, pela Universidade de Glasgow, à data do anúncio público da invenção."

A equipa está a desenvolver outros produtos melhorados e saudávels, numa notícia que podem ler aqui.

Já estão com água na boca?

18 de maio de 2013

Sonho distante...

Mais um ano sem Coroa...

Orb chegou em quarto no Preakness Stakes (Gr. I), terminando assim a espectativa de haver um candidato à Triple Crown...

Que mais poderei dizer depois desta desilusão?

Parabéns ao vencedor, Oxbow
Fico feliz por todos terem chegado à linha da meta de boa saúde!

Aqui fica a corrida para os mais afoitos.



16 de maio de 2013

Preakness Stakes de 2013


Foto de: Anne M. Eberhardt 

Estes são os nove candidatos à segunda jóia da Triple Crown, o Preakness Stakes (Gr. I). Na verdade, não me lembro de alguma vez ver um Preakness com tão poucos candidatos, mas nos dias que correm, todos preferem participar no Belmont Stakes (Gr. I)... 

Quanto ao cavalo favorito nesta corrida, bem... tem de ser uma corrida de cada vez...

Boa sorte para todos!




13 de maio de 2013

Festival do Desassossego

A Casa Fernando Pessoa apresenta:

11, 12 e 13 de Junho 2013

A Casa Fernando Pessoa tem vindo a desenvolver, na sua acção, em particular desde 2008, uma relação intensa com a literatura e a arte do Brasil. É nossa convicção de que esta ligação estreita entre Portugal e o Brasil é essencial para a afirmação da Língua e da Cultura de expressão portuguesa no mundo, e que essa afirmação é fulcral para o sucesso económico, social, cultural e político de ambos os países.
Festival do Desassossego, que inauguramos em 2013 em parceria com a Embaixada do Brasil, define-se como um encontro de poesia luso-brasileira, acompanhada por outras linguagens – vídeo, música e artes plásticas.

Participantes:  Amílcar Bettega, Antonio Cicero, Bia Corrêa do Lago, Fernando Pinto do Amaral, Filipa Leal, Gastão Cruz, Golgona Anghel, Jacinto Lucas Pires, João Gabriel de Lima, José Carlos de Vasconcelos,  Maria Manuel Viana, Maria do Rosário Pedreira, Nuno Júdice, Patrícia Reis, Rui Zink, Teolinda Gersão, Teresa Rita Lopes e Vasco Graça Moura.

Dia 11

16h - Exibição do filme  Pessoa, Pessoas Brasil
17h - Sessão inaugural de boas-vindas: Directora da Casa Fernando Pessoa, Dra. Inês Pedrosa, Embaixador do Brasil, Embaixador Mário Vilalva, Presidente da Câmara de Lisboa – Dr. António Costa, Vereadora da Cultura – Dra. Catarina Vaz Pinto.
Leituras de Portugal e do Brasil, poemas lidos por: Antonio Cicero, Gastão Cruz, Maria do Rosário Pedreira, Golgona Anghel, Nuno Júdice.   
19h Varandas do Desassossego (Associação Tenda)

Dia 12

16h - Exibição do filme: Drummond do Instituto Moreira Salles
17h - Exibição do filme: Oh, Lisboa, meu Lar! de João Botelho
17h30 -  Debate: A prosa de Portugal e do Brasil na voz de quem a escreve (moderação de Maria Manuel Viana): Amílcar Bettega, Jacinto Lucas Pires, João Gabriel de Lima, Teolinda Gersão e Rui Zink.

Dia 13

14h30 - Exibição do filme: Um serão com Caetano 
16h - Debate: Literatura e jornalismo, amantes da travessia (moderação de Patrícia Reis): Bia Corrêa do Lago, Filipa Leal, João Gabriel de Lima e José Carlos de Vasconcelos.
18h - Debate: Há uma poesia de língua portuguesa? (moderação de Inês Pedrosa): Antonio Cicero, Fernando Pinto do Amaral, Teresa Rita Lopes e Vasco Graça Moura.
21h30 - Concerto de Jorge Palma. 

11 de maio de 2013

Ah!... Um mundo sem pesticidas...

Ninguém gosta de comprar frutas e legumes no supermercado para descobrir que só têm cor...

Os pesticidas usados nas plantações e a forma como os produtos são comercializados roubam aos consumidores o gosto pelos alimentos e do prazer em comê-los.

Talvez pensem que a agricultura biológica é fantástica, mas que seria incapaz de sustentar o nosso mundo...

Pois, Marie-Monique Robin – uma jornalista francesa – não pensa assim e produziu um documentário para defender os seus argumentos. Depois de muito pesquisar, chegou à conclusão que é possível suportar a procura dos alimentos, oferecendo aos consumidores frutas e legumes sem pesticidas. A "agroecologia" defendida por Marie-Monique Robin, seria o método ideal para acabar com a fome no mundo e proteger o meio ambiente. 

A jornalista defende ainda que só são se pode alimentar o mundo inteiro agora, devido à extrema poluição das terras de cultivo.

Os agricultores e engenheiros agrónomos com quem Marie-Monique Robin se reuniu estão receptivos à ideia. Será que os Governos também estão?

Quanto a mim, não vejo nenhuma desvantagem num método de cultivo ecológico. Só pode trazer benefícios aos agricultores e aos consumidores. O meu palato iria adorar provar alimentos que saibam ao que são. Tenho a certeza que os vossos também!

8 de maio de 2013

Trabalho Infernal

No dia 14 de Maio, será lançado o mais recente livro de Dan Brown, intitulado Inferno.

Contudo, os tradutores desta obra de Dan Brown já passaram pelo seu inferno pessoal. Onze tradutores (para onde a editora quer lançar o livro simultaneamente a 14 deste mês) foram sequestrados num bunker, trabalhando longas horas durante dois meses e sendo vigiados 24/7. Quando não estavam a trabalhar, os manuscritos eram guardados a sete chaves (para não serem pirateados, obviamente).

Para além dos ossos do ofício de um tradutor, tudo o que estes tradutores faziam era monitorizado. Estas pobres almas tiveram ainda de contar histórias falsas aos outros membros da editora Mondadori, (com quem se cruzavam na cantina) sobre o que estavam ali a fazer. E aos amigos e familiares, também.

Tudo este esforço hercúleo para lançar a obra em inglês, francês, alemão, espanhol, catalão, italiano e português. Simultaneamente.

Não terão já os tradutores de se sujeitar aos problemas constantes que o ofício lhes coloca? Será que ainda precisavam de ser obrigados a trabalhar debaixo de tamanha pressão? Espero que (no mínimo) lhes tenham pago em proporcionalidade ao esforço e ao facto de terem sido privados de dois meses das suas vidas.

Não me venham cá dizer que ser tradutor é fácil!

6 de maio de 2013

Shine On You Crazy Diamond!

Demorei muito a escrever este post, porque fiquei de olhos colados ao ecrã da televisão durante muito tempo. Depois do campeonato, revi com igual fascínio finais de campeonatos anteriores... e a escrita foi ficando adiada.



Ronald Antonio, aka "Ronnie" O'Sullivan, aka 'the Rocket' foi campeão mundial pela quinta vez – e segunda consecutiva.






Naquela que foi (talvez) a sua última vitória num campeonato do mundo de Snooker, Ronnie O'Sullivan confessou-se desejoso por uma vida mais calma, longe das luzes da ribalta.




Um jogador ambidextro, de raciocínio veloz e com o fogo nos dedos (por isso a alcunha de 'Rocket') e cujos pares já o julgavam um génio do desporto nos seus tenros 14 anos, Ronnie O'Sullivan competiu e venceu grandes jogadores do Snooker como John Higgins, Stephen Hendry, Jimmy White, Mark J. Williams, Ken Doherty, Steve Davis (o seu ídolo), Graeme Dott, Ian McCulloch, Matthew Stevens, Ding Junhui, Barry Hawkins, Stephen Maguire, Allister Carter, Dave Harold, Mark Selby, Shaun Murphy, Joe Perry, etc. Profissional desde 1992, é o jogador a ganhar um UK Championship mais novo – tinha apenas 17 anos. Recordista da tacada máxima de 147 pontos em apenas cinco minutos e vinte segundos.

Podia continuar, mas não vale a pena. Quem quiser ver as estatísticas do 'Rocket', pode vê-las aqui.



Mais que um jogador de Snooker, Ronnie O'Sullivan é um 'compositor', um artista que eleva o desporto do Snooker a um nível transcendente, a uma excelência sem par.



Não sei se o que mais encanta o público e os seus fãs é o seu brilhantismo puro na mesa ou se é o facto de ser um jovem que luta contra os seus demónios pessoais, que de vez em quando perde e de vez em quando ganha. Quando ganha, quando está no seu melhor, transforma o Snooker num acto de encantamento, quase como se fosse um truque de magia. Ele é um génio perfeccionista, não há dúvidas disso e esse seu génio já lhe trouxe tantas alegrias como tristezas. A sua relação de amor/ódio com o desporto já o fez pensar em desistir algumas vezes. 

Após 10 meses sem competir, voltou a esse teatro dos sonhos que é o Crucible Theater para vencer o seu quinto campeonato do mundo.




Shine On, Rocket!

Espero que não tenha sido este o seu último triunfo... Já tenho saudades dele!

Mas, se foi... só desejo que seja feliz!

4 de maio de 2013

Kentucky Derby de 2013


Orb é o vencedor da edição deste ano do Kentucky Derby (gr. I) por 2 1/2 comprimentos. Numa pista que era um verdadeiro banho de lama, o filho de Malibu Moon percorreu as 1 1 /4 milhas em 2:02.89. Joel Rosario esteve em grande, pois já vencera a Dubai World Cup (gr. I) abordo de Animal Kingdom em Março.

Shug McGaughey, o treinador de Orb pertence ao Hall of Fame e esta é a sua primeira vitória no Kentucky Derby (gr. I)


Orb já vencera o Fountain of Youth Stakes (gr. II) e o Florida Derby (gr. I). O potro pertence a Stuart Janney e ao Phipps Stable – primos, verdadeiros 'pesos pesados' deste desporto na América do norte, nomes de muito prestígio e de muita tradição. 

Shug McGaughey está desejoso de enviar o seu potro para correr no Preakness Stakes (gr. I), a segunda jóia da Triple Crown. "Can't wait to get there," diz McGaughey. "I was eagerly anticipating running him (in the Kentucky Derby) and I'm going to be that way if everything goes right and we get to go to Pimlico."

Podem ver a corrida aqui.


Parabéns às ligações de Orb pela vitória no Kentucky Derby (gr. I) de 2013!

3 de maio de 2013

Kentucky Oaks de 2013


Contra todas as probabilidades (as apostas eram de 38-1), Princess of Sylmar conquistou o Kentucky Oaks (gr. I) de 2013, menos de um comprimento à frente de Beholder – não se pode ganhar sempre, não é?

A poldra favorita para ganhar o manto de lírios do Kentucky OaksDreaming of Julia, terminou a corrida em quarto lugar, atrás de Unlimited Budget.

Princess of Sylmar recuperou bem da corrida. Todas as outras concorrentes também saíram da corrida sem problemas nem lesões.

Podem assistir à corrida aqui.




Parabéns às ligações de Princess of Sylmar pela vitória no Kentucky Oaks (gr. I) de 2013!



My Old Kentucky Home (2013)

Esta a chegar a hora da verdade para os melhores cavalos de 2013













Boa sorte para todos – para elas e para eles!


2 de maio de 2013

Puzzle Incompleto



Richard Bach

Jonathan Livingston Seagull ou Fernão Capelo Gaivota, em português. Quem nunca ouviu falar deste livro?

Depois de se ler a obra-prima de Richard Bach, nunca mais se olha para uma gaivota com os mesmos olhos...

Sim, eu sei. O conceito não é original, já foi feito antes de 1972 (quantos milénios é que tem o Budismo?) e tem sido feito desde então – em quantidades industriais, diga-se – mas a metáfora é sólida (daí, resultar em todas as suas reincarnações) e a história e as personagens são encantadoras. Esses factores são suficientes para me convencer.

A novela de Richard Bach é suficientemente vaga para poder ter várias interpretações, por isso, não dá menos do que promete. Sei de muitas pessoas que não gostam deste livro. Não tenho problemas com isso. Gostos não se discutem. O que não compreendo é porque motivo as pessoa ridicularizam o livro e o tratam como uma cagadela de gaivota... É errado que as pessoas desejem acreditar num mundo melhor? É irrealista? Bem...

O livro não é sobre gaivotas ou sobre lições de voo. Também não é um livro de auto-ajuda. Uma obra literária permite-nos pensar sobre as questões que o livro coloca, não imitar os seus protagonistas. É sobre encontrar um significado maior na nossa vida; é sobre cada um tomar as responsabilidades pelo seu potencial nas suas mãos, enfrentar os seus maiores receios e não se conformar com o que a multidão espera.

A linguagem que Richard Bach emprega é enganadoramente simples para a mensagem que quer transmitir. A busca da perfeição e da excelência dos nossos dons não é uma busca vã. É uma mensagem aniga e destilada através das eras. Talvez por isso, o livro tenha sido tamanho sucesso de vendas.

Há quem pense que o protagonista desta obra não tem equivalente na vida real. Beethoven? Mark Twain? Steve Jobs? Ronnie O'Sullivan? José Mourinho?... Se continuar a pensar nisto, mais nomes me virão à cabeça, certamente. O protagonista da novela não é diferente destas pessoas: são pessoas que não tiveram medo de viver os seus sonhos, que não tiveram medo de continuar a sonhar e a trabalhar arduamente para conseguir realizá-los. Requer muita coragem para fazer o que Jonathan Seagull fez – para fazer o que estas pessoas fizeram e fazem todos os dias. Eles não temem as multidões e recusam-se a abraçar a mediocridade.

Recentemente li uma notícia que Richard Bach quase morreu num acidente de avião e passou quatro meses em recuperação. O autor de 76 anos resolveu voltar à novela que o tornou famoso. A obra é actualmente composta por três partes, mas Bach escreveu uma quarta parte.

Por um lado, surpreendeu-me. Por outro lado, é compreensível que haja uma quarta parte. Há aspectos da história que ficaram por explicar.  Jonathan teve de alienar a sua família para viver o seu sonho. Será ele capaz de conciliar o seu sonho com a sua família? Ou ainda viajará à procura de outras gaivotas que desejem aprender sobre Amor e Compaixão?

Resta-nos esperar por esta quarta parte e pelo regresso de Jonathan...