29 de janeiro de 2014

Always ‘Good Ol’ Charlie Brown‘...




As crianças estão ao ar livre quando Patty começa a fazer observações que rebaixam Charlie Brown. O menino remete-se ao silêncio durante os seus comentários, mas a crescente exasperação de Patty e o desconforto de Charlie Brown são palpáveis ​​na tira. De repente, ela fica tão furiosa que desata a gritar com ele, deixando o pobre rapaz em lágrimas e sozinho. Estará Patty certa? Será que Charlie Brown nunca vai ser nada mais do que 'Good Ol' Charlie Brown'? A sua raiva parece implicar uma ligação ao facto de que Charlie Brown é um miúdo promissor que só precisa de ser mais pró-ativo na sua vida. Apesar disso, eu não acho que ser 'Good Ol' Charlie Brown' seja algo ruim, porque ele é um menino maravilhoso, com muitas qualidades e com o apoio dos seus amigos. O seu potencial parece inexplorado devido às suas inseguranças, e é o que parece irritar Patty profundamente. Muitas vezes, todos nós temos esta "conversa" em na nossa cabeça e, a este respeito, Patty até parece ser uma personificação da consciência em rebelia de Charlie Brown.

24 de janeiro de 2014

What is Talent?

"We are very slow to recognise in the peculiar physiognomy of a new writer the model which is labelled “great talent” in our museum of general ideas. Simply because that physiognomy is new and strange, we can find in it no resemblance to what we are accustomed to call talent. We say rather originality, charm, delicacy, strength; and then one day we realise that it is precisely all this that adds up to talent."

–– Marcel Proust - In Search of Lost Time

19 de janeiro de 2014

Tinhas Saudades?























O veterano Ronnie O'Sullivan voltou a vencer o Masters pela quinta vez na sua carreira.

Desta vez, a final foi contra um adversário conhecido – Mark Selby. Para surpresa de todos os presentes, incluindo eu, Selby não teve a vida simplificada pelo seu companheiro de finais, que o venceu por 10-4.

Como é evidente, ninguém gosta de perder, especialmente alguém como Mark Selby, que já venceu esta prova três vezes e que, neste dia, se encontrava a defender o seu terceiro título. Da última vez que estes dois titãs se encontraram, Selby venceu por 10-9 em 2010.

O'Sullivan quase ganhou o torneio por 9-3, mas Selby ainda conseguiu vencer mais um jogo. Mas era tarde demais. O 'Rocket' estava a jogar na sua melhor forma e eliminou o seu adversário por 10-4.

Entre as jogadas mais impressionantes, está uma do sétimo frame em que Selby estava a vencer, mas que O'Sullivan empatou, obrigando a uma reposição da bola preta. O 'Rocket' acabou por ganhar também esse frame.

No final, Ronnie O'Sullivan só podia ficar feliz com o seu trabalho e com a sua conquista de mais um prémio. Foi muito bonito vê-lo a festejar com os dois filhos – um de cada lado.

Na entrevista que deu, o campeão confessou que tinha saudades do Snooker, embora não gostasse de lidar com o stress inerente à alta competição.

Espero que possamos vê-lo mais vezes. Talento deste não se pode desperdiçar!



Lucy vs. Beethoven
































Lucy está envolvida numa das suas eternas lutas – conseguir chamar a atenção de Schroeder. Como de costume, o menino está a praticar a música de seu compositor favorito: Ludwig Van Beethoven. É um dia típico na sua relação com Lucy – ou falta dela, melhor dizendo. No auge da sua frustração, Lucy destrói o busto de Beethoven para forçar o menino a prestar-lhe alguma atenção. Em vez de gritar com ela ou dirigir-lhe a palavra sequer, Schroeder simplesmente substitui o busto partido por outro e retoma a sua música. Nesta tira, o fim é o começo. É um ciclo vicioso entre Schroeder e Lucy. O seu medo de nunca se casar é, claro, o medo muito real de nunca ser amada por este menino que se recusa a reconhecer a sua presença. a tentativa fútil de Lucy de obter a atenção de Schroeder não conquista pontos aos os olhos do garoto. O seu ídolo virá sempre em primeiro lugar. Nesta matéria, Lucy assemelha-se ao grande compositor, na sua (eterna, mas sem esperança) tentativa de conquistar o coração do sexo oposto. Porém, ao contrário de Lucy, o amor de Beethoven não passou despercebido.

13 de janeiro de 2014

Viajar...


Nunca, por mais que viaje, por mais que conheça
O sair de um lugar, o chegar a um lugar, conhecido ou desconhecido,
Perco, ao partir, ao chegar, e na linha móbil que os une,
A sensação de arrepio, o medo do novo, a náusea —
Aquela náusea que é o sentimento que sabe que o corpo tem a alma,
Trinta dias de viagem, três dias de viagem, três horas de viagem —
Sempre a opressão se infiltra no fundo do meu coração.





No dia triste o meu coração mais triste que o dia...
Obrigações morais e civis?
Complexidade de deveres, de consequências?
Não, nada...
O dia triste, a pouca vontade para tudo...
Nada...
Outros viajam (também viajei), outros estão ao sol
(Também estive ao sol, ou supus que estive),
Todos têm razão, ou vida, ou ignorância simétrica,
Vaidade, alegria e sociabilidade,
E emigram para voltar, ou para não voltar,
Em navios que os transportam simplesmente.
Não sentem o que há de morte em toda a partida,
De mistério em toda a chegada,
De horrível em todo o novo...
Não sentem: por isso são deputados e financeiros,
Dançam e são empregados no comércio,
Vão a todos os teatros e conhecem gente...
Não sentem: para que haveriam de sentir?
Gado vestido dos currais dos Deuses,
Deixá-lo passar engrinaldado para o sacrifício
Sob o sol, alacre, vivo, contente de sentir-se...
Deixai-o passar, mas ai, vou com ele sem grinalda
Para o mesmo destino!
Vou com ele sem o sol que sinto, sem a vida que tenho,
Vou com ele sem desconhecer...
No dia triste o meu coração mais triste que o dia...
No dia triste todos os dias...
No dia tão triste...

–– Álvaro de Campos



9 de janeiro de 2014

Brain Freeze

It is not an instinct. 

Complex language patterns differentiate us from all the other animals, so it would be easy to think that it is instinctive to put pen to paper... but this world is full of people who never write for any reason other than necessity. 

It is the strangest thing for me to think that only a small percentage of souls feel the need to use the written word as company and spiritual guide... 

Without words to guide me, I would surely get lost in this maddening maze of a world... 

It's all I can do... even when no word comes out of me... Oh, those are days of infernal anguish... I imagine it is as bad for me as for the driver whose car breaks down in the middle of an important competition... 

Yet, I (as well as the driver) cannot finish the competition on foot!