28 de maio de 2014

Festival do Desassossego





FESTIVAL DO DESASSOSSEGO

CASA FERNANDO PESSOA, 10 a 13 de Junho

PROGRAMA



10 Junho

16.00 – Sessão inaugural

Leituras cruzadas – poetas e escritores lêem textos de outros autores de língua portuguesa

com Cíntia Moscovich, José Luiz Tavares, Maria Lúcia Dal Farra, Nuno Costa Santos

Moderação de António José Borges

17.30 – Homenagem ao pessoano Haquira Osakabe (1939-2008)

com Jerónimo Pizarro, José Miguel Wisnik, Maria Lúcia Dal Farra

21.00 – Aula-show Tom Jobim

(local: Jardim de Inverno do Teatro São Luiz)

com Arthur Nestrovski, Jaques Morelenbaum, José Miguel Wisnik, Paula Morelenbaum



11 Junho

17.00 – Literatura em tempo de crise

com Almeida Faria, Ana Paula Tavares, Cíntia Moscovich, José Carlos de Vasconcelos, Teolinda Gersão

Moderação de Rui Lagartinho

18.30 - Escrever poesia, ficção, canções, teatro - para dizer o quê, a quem?

com Aldina Duarte, Maria Lúcia Dal Farra, Jaime Rocha, Pedro Mexia

Moderação de Ana Sousa Dias



12 de Junho

16.30- A construção das musas e dos musos

com António Carlos Cortez, Hélia Correia, Miguel Manso, Raquel Nobre Guerra

Moderação de Luís Ricardo Duarte

18.00 - O cânone literário na era da multiplicação dos prémios

com Cíntia Moscovich, José Eduardo Agualusa, Miguel Real, Vasco Medeiros Rosa

Moderação de Luís Ricardo Duarte

22.00 – Espectáculo “Verbo Pessoa” pelo Teatro Tapa-Furos



13 de Junho

16.00 - A literatura tem género e gerações?

com Isabela Figueiredo, José Mário Silva, Mário de Carvalho, Tatiana Salem Levy

Moderação de Ana Sousa Dias

17.30 - Escritor, editor, tradutor : como convivem estes personagens numa só pessoa?

com Francisco José Viegas, Jorge Reis-Sá, Margarida Vale de Gato, Maria do Rosário Pedreira, Richard Zenith

Moderação de Rui Lagartinho

22.00 – * Espectáculo de Paulo Bragança (bilhete: 5 euros)





Entrada livre (excepto *) no limite dos lugares disponíveis.

O acesso ao auditório por elevador é vedado após o início das sessões.


 

Fonte: Casa Fernando Pessoa

23 de maio de 2014

Sem Culpa

A culpa nunca salvará ninguém – nem quem a aplica, nem quem a recebe. Só a compreensão, de nós e dos outros, pode restaurar a humanidade aos seres humanos.

13 de maio de 2014

Sono e Loucura


O sono que desce sobre mim,
O sono mental que desce fisicamente sobre mim,
O sono universal que desce individualmente sobre 
mim —

Esse sono
Parecerá aos outros o sono de dormir,
O sono da vontade de dormir,
O sono de ser sono.

Mas é mais, mais de dentro, mais de cima:
É o sono da soma de todas as desilusões,
É o sono da síntese de todas as desesperanças,
É o sono de haver mundo comigo lá dentro
Sem que eu houvesse contribuído em nada para 
isso.

O sono que desce sobre mim
É contudo como todos os sonos.
O cansaço tem ao menos brandura,
O abatimento tem ao menos sossego,
A rendição é ao menos o fim do esforço,
O fim é ao menos o já não haver que esperar.

Há um som de abrir uma janela,
Viro indiferente a cabeça para a esquerda
Por sobre o ombro que a sente,
Olho pela janela entreaberta:
A rapariga do segundo-andar de defronte
Debruça-se com os olhos azuis à procura de 
alguém.

De quem?,
Pergunta a minha indiferença.
E tudo isso é sono.

Meu Deus, tanto sono!...






Ora até que enfim..., perfeitamente...
Cá está ela!
Tenho a loucura exactamente na cabeça.

Meu coração estoirou como uma bomba de pataco,
E a minha cabeça teve o sobressalto pela espinha acima...

Graças a Deus que estou doido!
Que tudo quanto dei me voltou em lixo,
E, como cuspo atirado ao vento,
Me dispersou pela cara livre!
Que tudo quanto fui se me atou aos pés,
Como a serapilheira para embrulhar coisa nenhuma!
Que tudo quanto pensei me faz cócegas na garganta
E me quer fazer vomitar sem eu ter comido nada!
Graças a Deus, porque, como na bebedeira,
Isto é uma solução.
Arre, encontrei uma solução, e foi preciso o estômago!
Encontrei uma verdade, senti-a com os intestinos!

Poesia transcendental, já a fiz também!
Grandes raptos líricos, também já por cá passaram!
A organização de poemas relativos à vastidão de cada assunto resolvido em vários —
Também não é novidade.
Tenho vontade de vomitar, e de me vomitar a mim...
Tenho uma náusea que, se pudesse comer o universo para o despejar na pia, comia-o.
Com esforço, mas era para bom fim.
Ao menos era para um fim.
E assim como sou não tenho nem fim nem vida...


–– Álvaro de Campos


5 de maio de 2014

Bróculos defensores da pele

Sabem aquela história daquele vegetalzinho que foi alvo de uma piada nos Simpsons em que o Homer Simpson morria por o ingerir? Sim, refiro-me aos bróculos. 

Este humilde vegetal é uma arma poderosa contra a epidemia do nosso século: o cancro. Os bróculos possuem grandes quantidades de sulforafano, que já provou ser uma ajuda preciosa no combate a vários tipos de cancro.  

Sally Dickinson, professora assistente no departamento de farmacologia da Universidade do Arizona, crê que o sulforafano possa ser usado também na prevenção do cancro da pele. 

“O sulforafano é o tipo de composto que tem muitas e incríveis aplicações teóricas se a sua dosagem for feita correctamente”, afirma Dickinson. “Nós já sabemos que é bastante eficaz no bloqueio de queimaduras e já vimos casos em que consegue induzir enzimas protectoras para a pele.”


Esta teoria será testada num estudo realizado na Johns Hopkins University, mas já existem estudos anteriores que apoiam o uso tópico e oral do sulforafano. 

No futuro, poderemos ter 'medicamentos' à base de sulforafano para doentes imunodeficientes. Tudo, graças aos bróculos!