Aqui, neste misérrimo desterro
Onde nem desterrado estou, habito,
Fiel, sem que queira, àquele antigo erro
Pelo qual sou proscrito.
O erro de querer ser igual a alguém
Feliz, em suma — quanto a sorte deu
A cada coração o único bem
De ele poder ser seu.
Breve o inverno virá com sua branca
Nudez
vestir os campos.
As lareiras serão as nossas pátrias
E
os contos que contarmos
Assentados ao pé do seu calor
Valerão
as canções
Com que outrora entre as verdes ervas rijas
Dizíamos
ao sol
O ave atque vale triste e alegre,
Solenes
e carpindo.
Por ora o outono está connosco ainda.
Se
ele nos não agrada
A memória do estio cotejemos
Com
a esperança hiemal.
E entre essas dádivas memoradas
Como
um rio passemos.
Sem comentários:
Enviar um comentário