29 de novembro de 2012

Felicidade

Happiness is not achieved by the conscious pursuit of happiness; 
it is generally the by-product of other activities. 

– Aldous Huxley

28 de novembro de 2012

Pegadas digitais

A pergunta que persegue todos os internautas é: as nossas informções são mesmo seguras?
As empresas garantem que sim mas, na realidade, todas elas usam os dados dos consumidores e vendem a outras empresas. Tudo com o nosso (suposto) consentimento.

Não, os nossos dados não estão seguros. Qualquer pessoa (que abre o e-mail e se depara com quantidades inadmissíveis de publicidade a que nunca subscreveu) percebe isso. 

Porque é que vivemos num mundo onde as pessoas privadas têm um crescente temor de não estarem ligadas ao Facebook, mas  onde se permite que as empresas e os Governos se mantenham anónimos e privados, (digo não transparentes) como deveriam ser perante os cidadãos trabalhadores a quem exploram constantemente?

Sim, todos têm o direito de comunicar uns com os outros através de variadas plataformas virtuais, mas também é verdade que as empresas que prestam estes 'serviços' são empresas de marketing, não de social networking que olham para os seus clientes de uma forma perturbadora. 

Há que perceber que se um cidadão comum utiliza um serviço pelo qual não paga (como um e-mail ou o Facebook), o preço desse serviço não é dinheiro, mas a intimidade do seu consumidor. Algo de muito errado se passa num mundo em que as pessoas privadas (e com direito à privacidade) se tornam os alvos das empresas que os vêem como os seus produtos.

Há razões de sobra para estarmos inquietos com estes desenvolvimentos... Muitos perguntar-se-ão: "E que tem isso de mal? Eles só sabem aquilo que nós queremos que eles saibam e não estamos a fazer nada de mal." Mas não é essa a questão. Trata-se sim de direitos fundamentais, como o direito à privacidade.

Ou será assim que queremos acabar!?



23 de novembro de 2012

A visão de um homem


    
Charles Howard ao volante do seu Buick.


     Os primeiros automóveis importados para São Francisco tinham tão pouca potência que raramente conseguiam subir as colinas. A inclinação da 19 Avenida era tão intimidante para os motores daquela época, que se tornou um passatempo local ver os automóveis a esforçarem-se por subir até ao topo. A estrutura delicada do automóvel e a sua pusilanimidade geral tornou-se uma fonte de escárnio. Uma caricatura da época mostrava um casal abastado, de pé, numa estrada, ao lado do seu querido veículo defunto. A legenda dizia "Ricos Ociosos". Os habitantes de São Francisco viram no automóvel um incómodo urbano e Charles Howard viu uma oportunidade. As oficinas de automóveis ainda não tinham sido criadas – e nem teria feito sentido, pois ninguém era insensato ao ponto de comprar um automóvel. Os proprietários não tinham onde ir quando os seus carros se avariavam. Um mecânico de bicicletas era o que de mais parecido com um mecânico de automóveis havia por perto e a oficina de Howard ficava convenientemente perto dos bairros dos ricos proprietários de automóveis. Pouco tempo depois de Howard chegar à cidade, os proprietários dos automóveis começaram a aparecer na sua oficina.
     Howard tinha um fraquinho por causas perdidas. Ele aceitava o desafio, remexia nos carros e descobria uma maneira de consertá-los. Não demorou muito até que ele começasse a assistir em corridas de automóveis primitivas, realizadas fora das cidades. Pouco tempo depois, ele participava nelas. A primeira corrida americana, com lugar em Evanston, Illinois, fora realizada apenas oito anos antes, com o carro vencedor cortando o vento à velocidade média vertiginosa de sete milhas e meia por hora. Em 1903, a potência automotora tinha melhorado muito – um carro fez uma média de 65,3 km/h numa corrida transeuropeia nessa temporada – o que tornava as corridas um bom espectáculo.  E taxas astronómicas de acidentes. A corrida europeia, por exemplo, transformou-se num derramamento de sangue de proporções tais que foi interrompida devido a “demasiadas mortes”. Howard começou a ver estas engenhocas como instrumentos da sua ambição. Audacioso, ele foi para Detroit e conseguiu ter uma reunião com Will Durant, chefe de “Buick Automobiles” e futuro fundador da “General Motors”. Howard disse a Durant que queria fazer parte da indústria, mesmo que ela não estivesse na sua melhor forma. Durant gostou do que viu e contratou-o para abrir concessionárias e recrutar revendedores. Howard regressou a São Francisco, inaugurou a Pioneer Motor Company em nome da Buick e contratou um cidadão local como gerente. Mas, durante uma visita de rotina, ele ficou desanimado ao descobrir que o gerente estava a concentrar os seus esforços em vender os importantes Thomas Flyers, em vez dos Buick. Howard voltou a Detroit e disse Durant que podia melhorar. Durant ficou convencido.  Howard regressou como responsável pela concessão dos Buick para São Francisco inteira. Corria o ano de 1905 e ele tinha apenas 28 anos de idade. 
    Howard regressou a San Francisco de comboio com três Buicks. Segundo alguns relatos, ele alojou os seus automóveis na sua antiga oficina, na Van Ness Avenue, antes de se mudar para um apartamento modesto em Golden Gate Avenue, a meio quarteirão da Van Ness. Ele trouxe a Fannie May para se juntar a ele. Com duas bocas para alimentar, e mais duas que se seguiriam, Fannie May deve ter ficado alarmada com a escolha de carreira do marido. Dois anos pouco tinham feito para apaziguar a hostilidade dos são franciscanos em relação aos automóveis. Howard não conseguiu vender um único carro. 
     
    Às 05:12 da manhã de 18 de abril de 1906, o solo sob São Francisco estremeceu numa convulsão titânica de magnitude 7,8. Em apenas 60 segundos, a cidade estremeceu até às fundações. Incêndios originaram entre os prédios em ruínas, que convergiram e se dirigiram até à concessionária de Howard, queimando quatro quarteirões por hora. Sem sistema de canalizações e sem sistema de esgotos, os incêndios avançaram sem ninguém para os travar. Os cavalos que puxavam as carruagens corriam pelas ruas, em pânico, partiam as pernas nos escombros e caíam, exaustos. A cidade puxada por cavalos precisava desesperadamente de veículos para os bombeiros e para socorrer os feridos, os 3.000 mortos e os 225.000 desalojados para longe do fogo. Os cidadãos em fuga ofereciam milhares de dólares por cavalos, mas não havia animais que lhes valessem. As pessoas improvisavam macas a partir de carrinhos de bebé e de troncos de árvore pregados a patins, puxando-os elas mesmas. Havia apenas uma opção de transporte. “De repente, apercebemo-nos que São Francisco era verdadeiramente uma cidade de distâncias magníficas”, escreveu uma testemunha. “Era chegada a hora dos automóveis conquistarem a cidade.” 
     Charles Howard, dono de três automóveis, (outrora impossíveis de vender) era agora o homem mais rico da cidade. Ele salvou os seus carros das chamas e transformou-os em ambulâncias. Segundo um relato, o próprio Howard serviu de motorista, conduzindo a grande velocidade até às ruínas para recolher as pessoas sem recursos e as levar rapidamente até aos navios de salvamento na baía.

Excerto do livro Seabiscuit – An American Legend de Laura Hillenbrand

13 de novembro de 2012

Documentário sobre Fernando Pessoa

Alguns documentários sobre o grande escritor:


Um episódio da série "Grandes Portugueses"



Um documentário produzido pela Globo



Um episódio da série "Grandes Livros"


Divirtam-se!



8 de novembro de 2012

7 de novembro de 2012

"Oh Captain, my Captain..."





Aqui há dias, vi novamente o Dead Poets Society. É um daqueles filmes a que não resisto. Se passar por ele na televisão, fico a ver!


Não há aluno em escola alguma que não anseie em ter um professor como aquele. O sonho de todo o aluno por um professor como aquele não se prende tanto pela paixão pela vida e pelo Carpe Diem, tem mais a ver com a noção que tudo o que fazemos pode fazer a diferença nas vidas daqueles que nos rodeiam.


No meu percurso académico tive professores bons, professores maus, mas só tive dois professores que se assemelhassem ao John Keating – o professor de Filosofia do décimo ano e o professor de História da Língua Inglesa da faculdade.


O meu professor de Filosofia ensinou-nos que a vida é uma descoberta constante, uma aventura que vale a pena ser enfrentada sob pena de não descobrirmos a nossa verdade das coisas e nos ficarmos apenas pelas opiniões do resto do mundo.


O meu professor de História da Língua Inglesa foi inspirador para mim por outros motivos: além de ser um modelo vivo de respeito pelo outro, de rigor escrupuloso (em todas as facetas da vida), de paixão e dedicação absoluta ao seu trabalho e aos seus alunos, ensinou-me o truque para não ficarmos reféns dos nossos medos. 


Ah, se eu tivesse tido aquele professor no primeiro ano da minha vida académica, não teria andado à deriva durante tantos anos!

3 de novembro de 2012

Dois grandes campeões

Gostava de ilustrar dois dos campeões que emergiram da edição de 2012 da Breeders' Cup

A campeã Royal Delta venceu o Breeder's Cup Lady's Classic após uma luta renhida, com a poldra sempre no comando da corrida.




O potro de dois anos, Shanghai Bobby, venceu o Breeder's Cup Juvenile, após uma distracção que quase lhe custou a vitória. Quando chegou ao primeiro lugar, ainda antes da recta final, o potro viu-se sozinho na pista e desconcentrou-se. Quando os outros cavalos se aproximaram dele, ele arrebitou e recuperou a primeira posição, vencendo a corrida. 




Mais duas exibições dignas do Desporto de Reis!


1 de novembro de 2012

Uma rara viagem no tempo

Há um site que nos permite fazer uma viagem surreal sobre uma cidade fantasma. Lisboa antes do terramoto.

É um projecto muito interessante. Podem ver o vídeo aqui.

Boa viagem!