“Nos
perigos grandes, o temor é muitas vezes maior que o perigo.”
– Luís de Camões
Este vírus paralisou o mundo inteiro e fez disparar as vendas do Ensaio sobre a Cegueira de José Saramago e d’ A Peste do Albert Camus!
O que é que isto significa para a espécie humana?
Hoje será renovado o estado de emergência que o Presidente declarou no dia 13 de Março.
Os portugueses já estão em quarentena voluntária há quinze dias.
Até à data, já morreram 187 pessoas, 43 recuperaram e ainda há 8.251 pessoas infectadas com o COVID-19. A nível global, há 932.605 pessoas infectadas em 180 países.
Este é o maior pesadelo da Humanidade: um vírus desconhecido, fatal, com um períolo longo de incubação, a viajar num hospedeiro que viaja pelo planeta em 24 horas.
Coronavírus há muitos! A maioria destes vírus tem como hospedeiros animais como morcegos, camelos e pangolins, e provoca constipações simples nos seres humanos. Este é o terceiro depois do SARS e do MERS. Os médicos cedo perceberam que este coronavírus não se comportava como os demais e lançaram o alarme para a comunidade médica.
O que aconteceu depois é história. Os primeiros médicos que reportaram os casos de pneumonia atípica foram desvalorizados, repreendidos e silenciados pelo “Big Brother”. Alguns morreram, outros desapareceram misteriosamente.
Quando este vírus começou a espalhar-se, o “Big Brother” ludibriou todo o mundo, manipulando os números e assegurando a OMS de que o vírus não era tão perigoso quanto se pensava, o que levou a organização e os países que começaram a ser afectados a não aplicar medidas sérias para travar a doença.
Enquanto países como a Coreia do Sul e o Japão aplicaram a experiência adquirida com a SARS e a MERS e tomaram as medidas necessárias para lidar com o COVID-19, a região de Macau fechou-se sobre si mesma e conteve rapidamente o vírus.
Muito se falou sobre a solução encontrada por Macau, mas a realidade é que esta região tem cerca de 640 mil habitantes, sendo mais fácil de implementar medidas robustas como fechar os casinos e as escolas por dois meses, uma quarentena de 14 dias e uso obrigatório de máscaras quando se sai de casa.
O modelo da Coreia do Sul devia servir para o resto do mundo: um político que inspirou confiança nos cidadãos, instituiu a massificação de testes, uma boa higiene respiratória e uma boa higienização das mãos. Claro que nenhum sistema é perfeito e a própria Coreia do Sul tem o seu ‘paciente 31’, mas continua a ser o melhor modelo que se conhece para travar a expansão deste vírus.
Penso que todos podemos concordar que isto não é “só uma gripezinha” nem “um resfriadinho”. Não ataca só velhinhos. É um vírus dinâmico, que saltou de uma espécie para outra, que se adapta com grande facilidade com mudanças do clima.
Como é que se trava isto? Começo a perguntar-me se, a esta altura, ainda é possível travá-lo… Ao ritmo a que ele já se espalhou, não sei se ainda será possível contê-lo e erradicá-lo de circulação. É bem que possível que a espécie humana tenha de aprender a conviver com o COVID-19, como tem de conviver com tantos outros vírus mortais.
O plano de ter o mundo inteiro de quarentena era precisamente de tentar conter e erradicar o vírus. O plano B era tentar contê-lo por tempo suficiente até os cientistas conseguirem encontrar um tratamento ou uma vacina e simultaneamente não ‘entupir’ os serviços de saúde com vítimas do vírus. O problema grande deste vírus é que não é possível isolar todos os idosos e esperar que fique tudo bem. Muita gente vai adoecer ao mesmo tempo. Os serviços de saúde ‘entupidos’ farão com que os médicos adoeçam e não haja capacidade para cuidar dos outros doentes que já hospitalizados e que também podem sofrer com esta pandemia.
Muitas vozes se têm erguido na questão que está na mente te todos os cidadãos que ficam em casa impedidos de trabalhar: o que é que vai acontecer à economia? A expressão: “Não podemos morrer do mal, mas também não podemos morrer da cura” já foi usada para impelir os governantes a não paralisarem a economia, sob pena de uma recessão global sem precedentes.
A pensar na economia, alguns governantes do norte da Europa advogaram algo parecido com darwinismo social — deixar toda a gente ir trabalhar, deixar o vírus propagar-se naturalmente, matando os fracos, poupando os fortes e imunizando os resistentes. A falha desta teoria é que sem pessoas vivas, não há economia que subsista.
A verdade é que a Coreia do Sul já demonstrou que não é preciso paralisar toda a economia, nem manter as pessoas em quarentena permanente. É possível que nenhum país tivesse de adoptar medidas tão extremas. Os cidadãos não teriam de açambarcar papel higiénico e outros bens, todos poderiam sair à rua e trabalhar – contanto que usassem máscaras, se mantivessem a uma distância segura e desinfectassem as mãos. Essa é a combinação que permite atrasar a proliferação do vírus.
Este é o maior pesadelo da Humanidade: um vírus desconhecido, fatal, com um períolo longo de incubação, a viajar num hospedeiro que viaja pelo planeta em 24 horas.
Coronavírus há muitos! A maioria destes vírus tem como hospedeiros animais como morcegos, camelos e pangolins, e provoca constipações simples nos seres humanos. Este é o terceiro depois do SARS e do MERS. Os médicos cedo perceberam que este coronavírus não se comportava como os demais e lançaram o alarme para a comunidade médica.
O que aconteceu depois é história. Os primeiros médicos que reportaram os casos de pneumonia atípica foram desvalorizados, repreendidos e silenciados pelo “Big Brother”. Alguns morreram, outros desapareceram misteriosamente.
Quando este vírus começou a espalhar-se, o “Big Brother” ludibriou todo o mundo, manipulando os números e assegurando a OMS de que o vírus não era tão perigoso quanto se pensava, o que levou a organização e os países que começaram a ser afectados a não aplicar medidas sérias para travar a doença.
Enquanto países como a Coreia do Sul e o Japão aplicaram a experiência adquirida com a SARS e a MERS e tomaram as medidas necessárias para lidar com o COVID-19, a região de Macau fechou-se sobre si mesma e conteve rapidamente o vírus.
Muito se falou sobre a solução encontrada por Macau, mas a realidade é que esta região tem cerca de 640 mil habitantes, sendo mais fácil de implementar medidas robustas como fechar os casinos e as escolas por dois meses, uma quarentena de 14 dias e uso obrigatório de máscaras quando se sai de casa.
O modelo da Coreia do Sul devia servir para o resto do mundo: um político que inspirou confiança nos cidadãos, instituiu a massificação de testes, uma boa higiene respiratória e uma boa higienização das mãos. Claro que nenhum sistema é perfeito e a própria Coreia do Sul tem o seu ‘paciente 31’, mas continua a ser o melhor modelo que se conhece para travar a expansão deste vírus.
Penso que todos podemos concordar que isto não é “só uma gripezinha” nem “um resfriadinho”. Não ataca só velhinhos. É um vírus dinâmico, que saltou de uma espécie para outra, que se adapta com grande facilidade com mudanças do clima.
Como é que se trava isto? Começo a perguntar-me se, a esta altura, ainda é possível travá-lo… Ao ritmo a que ele já se espalhou, não sei se ainda será possível contê-lo e erradicá-lo de circulação. É bem que possível que a espécie humana tenha de aprender a conviver com o COVID-19, como tem de conviver com tantos outros vírus mortais.
O plano de ter o mundo inteiro de quarentena era precisamente de tentar conter e erradicar o vírus. O plano B era tentar contê-lo por tempo suficiente até os cientistas conseguirem encontrar um tratamento ou uma vacina e simultaneamente não ‘entupir’ os serviços de saúde com vítimas do vírus. O problema grande deste vírus é que não é possível isolar todos os idosos e esperar que fique tudo bem. Muita gente vai adoecer ao mesmo tempo. Os serviços de saúde ‘entupidos’ farão com que os médicos adoeçam e não haja capacidade para cuidar dos outros doentes que já hospitalizados e que também podem sofrer com esta pandemia.
Muitas vozes se têm erguido na questão que está na mente te todos os cidadãos que ficam em casa impedidos de trabalhar: o que é que vai acontecer à economia? A expressão: “Não podemos morrer do mal, mas também não podemos morrer da cura” já foi usada para impelir os governantes a não paralisarem a economia, sob pena de uma recessão global sem precedentes.
A pensar na economia, alguns governantes do norte da Europa advogaram algo parecido com darwinismo social — deixar toda a gente ir trabalhar, deixar o vírus propagar-se naturalmente, matando os fracos, poupando os fortes e imunizando os resistentes. A falha desta teoria é que sem pessoas vivas, não há economia que subsista.
A verdade é que a Coreia do Sul já demonstrou que não é preciso paralisar toda a economia, nem manter as pessoas em quarentena permanente. É possível que nenhum país tivesse de adoptar medidas tão extremas. Os cidadãos não teriam de açambarcar papel higiénico e outros bens, todos poderiam sair à rua e trabalhar – contanto que usassem máscaras, se mantivessem a uma distância segura e desinfectassem as mãos. Essa é a combinação que permite atrasar a proliferação do vírus.
O “Big Brother” inventa teorias da conspiração para parecer bem, mente descaradamente sobre o número de mortos, mas qualquer pessoa de bom senso não pode esperar transparência e honestidade dos camaradas de Oceania. Todos os ‘Winston Smith’ que deram o alarme sobre este vírus foram declarados culpados por ‘crimideias’ e transformaram-se em ‘impessoas’. Imagino que os seus restos estejam nas entranhas do Ministério do Amor, enquanto os camaradas de Oceania “ajudam” o resto do mundo a passar por esta terrível crise.
O amor do “Big Brother” é ilimitado e pouco a pouco vai engolindo o mundo inteiro.
Enquanto a Europa é devastada pelo COVID-19, os governantes do norte insistem em mostrar a sua peculiar solidariedade, acusando os países do sul de estarem impreparados para lidar com a crise “por gastarem todo o dinheiro em copos e mulheres”. Outra vez! A Itália e a Espanha têm o maior número de mortes, mas a Holanda e a Alemanha olham para o lado e assobiam, talvez à espera de ter mais uma crise global com a qual possam lucrar, tal como já fizeram com a crise das dívidas soberanas.
Os Estados Unidos serão os últimos a ser atingidos por esta pandemia e, com um arlequim à frente do país, vão sofrer mais do que a Ásia e a Europa juntas. Enquanto o arlequim diverte os cidadãos na televisão, os norte-americanos estão a gozar as férias da Páscoa na Florida. O que ele (e outros como ele) continuam a dizer é que a gripe mata mais pessoas que o COVID-19 e ninguém entrou em quarentena com a pandemia de H1N1. O medo da gripe H1N1 era legítimo: afinal, o vírus era da mesma estirpe da Gripe Espanhola! Mas havia uma vacina e todos os cuidados foram tomados. Mesmo assim, morreu muita gente. O que o arlequim nunca diz aos seus cidadãos é que não há vacina nem anti-virais para o COVID-19. Este vírus é totalmente desconhecido da nossa espécie.
E o que dizer do Brasil? Aquele papagaio sem penas da presidência grita a toda a gente que vá trabalhar, que o vírus é só um “resfriadinho”, que os seus cidadãos não têm de se preocupar... e é triste ver que os traficantes das favelas têm mais bom senso do que ele.
Este mapa da Universidade Johns Hopkins tem um registo actualizado do desenvolvimento do COVID-19 pelo mundo e é interessante comparar os números dos vários países e perguntarmos porque é que o Japão e a Coreia do Sul têm aqueles números, sendo que foram dos primeiros países afectados pela pandemia. Quais são as suas práticas, que o resto do mundo devia adoptar?
Era bom que a DGS tivesse dito a verdade toda aos portugueses desde o início: na ausência de testes e de material de protecção que satisfaça as necessidades de todos os cidadãos, a única forma de combater este vírus é ouvir os pedidos dos médicos e ficar em casa tanto tempo quanto possível, para não sobrecarregar o já frágil SNS.
De resto, o facto da nossa curva não ser igual à da Itália ou da Espanha é motivo de esperança. Os nossos governantes tomaram as medidas necessárias e atempadas para evitar a catástrofe total. A melhor ajuda que podemos dar aos nossos médicos, que estão nas trincheiras desta guerra, não é aplausos, mas sim ficar em casa.
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