8 de março de 2024

Marie Skłodowska-Curie

Marie Skłodowska-Curie, uma das figuras mais eminentes da Ciência foi uma física e química de origem polaca. O seu brio e dedicação na pesquisa dos usos variados da radioactividade é um exemplo de perseverança, dedicação e paixão pela Ciência. 

Na sua juventude, frequentou a Universidade Volante - uma instituição clandestina, pois as mulheres polacas não podiam aceder ao ensino superior - juntamente com a sua irmã. Aos 24 anos, foi estudar para a reputada Sorbonne em Paris, onde conheceu e se apaixonou por Pierre Curie, professor de Física na faculdade. Atraídos pelo mútuo amor à Ciência, os dois casaram-se. 

Juntos, Marie e Pierre embarcaram numa jornada científica que mudaria o curso da História. As suas pesquisas renderam-lhes o Prémio Nobel da Física em 1903 (após Pierre se insurgir contra Estocolmo, ameaçando recusar o prémio se Marie não fosse galardoada pelas suas pesquisas) tornando Marie a primeira mulher a receber o prestigioso prémio. Em 1911, ela conquistou o Nobel da Química pela sua descoberta dos elementos radioactivos: o polónio (assim chamado em homenagem à sua terra natal) e o rádio.


Apesar de todas as adversidades financeiras e preconceitos contra o papel das mulheres no mundo da Ciência, Marie Curie perseverou, dedicando-se incansavelmente ao seu trabalho e desbravando novos caminhos no campo da Física e da Química. A sua abordagem meticulosa e mente brilhante levaram a avanços revolucionários no entendimento da estrutura atómica e das propriedades dos elementos radioactivos. O seu trabalho teve um impacto significativo no desenvolvimento da medicina nuclear, usada para diagnóstico e tratamento de doenças como o cancro. Durante a Primeira Guerra Mundial, ela criou e conduziu unidades móveis de máquinas de raios-X para diagnosticar soldados feridos no campo de batalha, chamados 'pequenos Curies'. Ela mesma treinou 150 mulheres para conduzirem os veículos que salvaram a vida de inúmeros soldados.

O legado de Marie Curie estende-se para além das suas conquistas científicas: ela foi a primeira mulher a dar aulas de Física na Universidade de Sorbonne, partilhando o seu espírito visionário e a sua dedicação à busca pelo conhecimento com as gerações futuras (incluindo as suas filhas) e inspirando pessoas em todo o mundo.

Em 1914, foi inaugurado o Instituto do Rádio, mais tarde designado Instituto Curie, sob direcção de Marie Curie, constituído por um laboratório de estudos sobre a radioactividade, estudando as aplicações do rádio na biologia e na medicina. A sua filha mais velha Irène Joliot-Curie estudou nessa instituição e, juntamente com Frédéric Joliot-Curie, Irène ganharam o Nobel de Química em 1935 pela descoberta da radioatividade artificial.


Marie Curie faleceu em 1934 devido à exposição à radiação, mas seu o legado perdura até aos nossos tempo. A sua determinação, coragem e genialidade inspiraram gerações de cientistas a seguir seus passos e desafiar os limites do conhecimento humano. Marie Curie permanece um ícone de dedicação à ciência e uma prova viva de que o género não é um obstáculo para o sucesso na eterna busca pelo conhecimento. 

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