Se o que deixar escrito no livro dos viajantes puder, relido um dia por outros, entretê-los também na passagem, será bem. Se não o lerem, nem se entretiverem, será bem também.
Pedi tão pouco à vida e esse mesmo pouco a vida me negou [...] como quem nega a esmola não por falta de boa alma, mas para não ter que desabotoar o casaco.
Escrevo, triste, no meu quarto quieto, sozinho como sempre tenho sido, sozinho como sempre serei. [...] Vivo mais porque vivo maior.
[...] Vejo-me no meio de um deserto imenso. Digo do que ontem literariamente fui, procuro explicar a mim próprio como cheguei aqui.
Deus é o existirmos e isto não ser tudo.
Bernardo Soares – Livro do Desassossego
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