22 de fevereiro de 2014

A Língua do Futuro


Em 2013, o instituto British Council revelou que a Língua Portuguesa será um dos idiomas mais importantes dos próximos vinte anos. 

Esta pequena 'honra' atribuída à nossa língua materna é partilhada por falantes de Espanhol, Árabe, Francês, Mandarim, Alemão, Italiano, Russo, Turco e Japonês, segundo o mesmo estudo do relatório "Languages for the Future".

Segundo eles, esta escolha particular de  línguas se baseia em "em factores económicos, geopolíticos, culturais e educacionais, incluindo as necessidades das empresas do Reino Unido no que respeita aos seus negócios com o exterior, as prioridades diplomáticas e de segurança e a relevância na Internet".


O que é preciso ter em conta – não só o Reino Unido como todos os falantes nativos da língua de Camões – é que o Português continua sem ultrapassar esse Cabo das Tormentas que é o Acordo Ortográfico de 1990. 


Sem querer entrar a fundo no assunto, até porque já aqui o fiz antes e já todos conhecem a minha opinião, o Acordo Ortográfico de 1990 é uma espécie de linha de montagem Fordiana que almeja uniformizar a Língua Portuguesa. E já falei demais!


Não é preciso ser-se linguista para perceber que uma uniformização da língua é impossível. Especialmente, se tivermos em conta as regras desregradas da dita uniformização.

O que me preocupa em tudo isto é que, no meio desta 'honra' que nos foi conferida pelo Reino Unido, se esquece a violência pela qual a nossa língua materna continua a passar. 

Pior: esquece-se que o país Portugal continua e continuará por muitos anos (segundo as notícias mais recentes) a ser estrangulado por esses bem conhecidos bebedores de sangue, até não lhe restar língua para falar ou vida para viver. 


Sim, Portugal é um país a esvair-se de vida, um país a esvair-se de juventude, um país sem Salazar e sem Zeca Afonso...

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